Considerações sobre o Suicidio: Um grito silensioso

Janeiro 17, 2013 1 Comment »
Considerações sobre o Suicidio: Um grito silensioso


 “o gesto Suicida é um grito desesperado por ajuda. Se ouvires esse grito então podes ajudar”
Bill Blackburn

Este artigo pretende retratar um fenómeno que tem evoluído ao longo dos anos, reflexo da sociedade em que estamos inseridos ou causa direta das diferentes fases da vida que percorremos. Muitos serão os motivos que nos levam a refletir na questão do suicídio.

É de salientar, que a principal causa que arrasta o ser humano para este “abismo” é a depressão que atinge sobretudo adolescentes e jovens adultos, com tendência aumentar nas próximas décadas.

É importante encarar o suicídio como uma questão individual ou particular, mas também como um sintoma de mal-estar social.

Possíveis Causas que levam ao Suicídio:

As causas do suicídio sempre foram um enigma para médicos, psicólogos e outros profissionais interessados no estudo do comportamento. A auto-sobrevivência é um dos maiores instintos dos seres humanos, logo, a coragem de cometer suicídio deve ser ainda mais forte. Mas o que motiva essa coragem?

A maioria das pessoas que cometem suicídio tem algum transtorno mental. Sendo, as principais causas de suicídio:

-Depressão;

-Dependência a drogas;

-Transtorno bipolar;

-Anorexia;

-Esquizofrenia;

-Transtorno de personalidade.

Em alguns casos a 1ª tentativa de suicídio, pode não passar duma chamada de atenção.

Suicídio na Infância/Adolescência:

O suicídio é a terceira causa de morte a nível mundial, em idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos.

Atualmente a adolescência é caracterizada por situações de frustração, anseios, revoltas e sentimentos mal geridos ou resolvidos. Tendo em conta esta mistura de sensações aliada à desvalorização da vida e muitas vezes a situações familiares conflituosas ou desestruturadas. Desta forma, alimentam-se comportamentos desviantes, delinquência, e comportamentos auto-destrutivos, tais como: consumos abusivos de álcool e drogas.

No entanto, é importante sabermos distinguir o comportamento suicida levado a cabo como uma chamada de atenção, em adolescentes que se sentem incompreendidos e de certa forma “abandonados” pelas suas figuras de referência, nomeadamente os seus pais. Numa altura em que o trabalho domina o tempo e a vida dos adultos, o diálogo entre pais e filhos é quase inexistente.

Esteja atento aos comportamentos mais bizarros ou de certa forma diferentes que o seu filho possa adoptar e procure percebe-los. Utilize como recurso primordial o diálogo, se este não surtir o efeito desejado, procure apoio psicológico.

A depressão e o suicídio:

Entre as várias causas apontadas como responsáveis pelo suicídio, ressaltamos a depressão. Podemos caracterizá-la, em fase avançada como ausência de auto-estima, solidão, isolamento. A depressão banalizou-se ao ponto de estarmos numa sociedade depressiva. A sensação de vazio interior e a desvalorização da sua própria vida pode levá-lo a por termo à mesma.

A psicologia ajuda:

Segundo a psicologia e a psiquiatria, caso seja identificado ideação suicida em alguém algumas das medidas que podem ser tomadas para evitar a conclusão do ato:

-Colocar a pessoa em acompanhamento psicológico e psiquiátrico;

-Mobilizar a rede social de apoio (família, parceiro(a), amigos…);

-Restringir acesso a álcool e drogas;

-Retirar acesso aos métodos (como arma de fogo e venenos para animais) do ambiente;

-Conversar sobre alternativas para solução dos problemas atuais e de como encará-los de uma forma mais saudável.

Importante:

A medicação antidepressiva apesar de diminuir a ideação suicida a longo prazo, nos primeiros meses aumenta bastante os riscos, ao melhorar a capacidade do indivíduo de tomar decisões e tomar atitudes, e por este motivo implica acompanhamento constante.

Quando ela estiver mais calma converse novamente com ela sobre a tentativa (é um mito achar que conversar sobre suicídio aumenta as chances de ela cometer de novo). Faça a entender o quanto todas as pessoas que gostam dela sofrerão se ela morrer, cite alguns exemplos (amigos, mãe, pai, irmãos, avós, primos…) caso conheça, insista até encontrar exemplos adequados.

Conversar sobre os problemas que a levaram a desejar a morte e sobre possíveis formas de resolvê-los, tente levar a pessoa a pensar mais a longo prazo e em como os seus problemas (quase sempre) tem solução. Ofereça-se para ajudar.

As personalidades mais introvertidas associadas a pessoas mais tímidas que se isolam, faz com que as atitudes suicidas deixem apenas de serem consideradas como uma mera chamada de atenção e passem a ser vistas como uma verdadeira intenção.

É assim que podemos considerar o suicídio como um grito mudo que por si só não explica a sua causa. Fiquemos atentos aos sinais.


Comentários

Comentários

One Comment

  1. Teresa Meneses 20 de Janeiro de 2013 at 23:31 - Reply

    Artigo muito bem elaborado!
    Aborda aspetos que são importantes conhecermos.
    Infelizmente, não existem palavras para este tema.

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