Qual o Impacto da Doença Crónica na Família?
O que é a Doença Crónica?
De uma forma geral é uma doença que não se resolve num curto espaço de tempo. As Doenças Crónicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais, actualmente, não existe cura, afectando negativamente a saúde e as capacidades do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando qualidade de vida destes doentes.
Em suma, a doença crónica pode ser considerada como: um estado de saúde alterado que não pode ser curado com uma simples intervenção cirúrgica ou com um tratamento médico de curta duração.
O que torna uma doença crónica ou os seus efeitos tão graves, não é apenas a natureza da doença e do tratamento, mas a necessidade de a suportar por tempo indeterminado.
Além disso, os efeitos de uma doença crónica raramente se limitam ao paciente. A maioria das pessoas pertence a uma família, deste modo, o choque e a ansiedade que o paciente sente serão partilhados pelas restantes pessoas à sua volta. Isto pode ser confirmado num exemplo de uma mãe, cuja filha sofre de um determinado cancro, e que sente a nível psicológico o sofrimento da mesma.
Quais as principais Doenças Crónicas que existem?
As doenças crónicas podem ter um carácter hereditário ou uma componente genética, mas também podem ser adquiridas, de acordo com um determinado estilo de vida adoptado:
- Diabetes;
- Obesidade;
- Cancro;
- Doenças Respiratórias;
- Doenças cardiovasculares;
- Infecções como: Tuberculose, Lepra, Sífilis ou gonorreia;
- SIDA;
- Outro tipo de doenças auto-imunes
Quais os factores de Risco associados às Doenças Crónicas?
Apesar das diferenças entre si, as Doenças Crónicas apresentam Factores de Risco comuns que podem ser prevenidos:
- Colesterol Elevado;
- Hipertensão arterial;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Consumo de álcool;
- Alimentação desadequada (pobre em frutas e vegetais)
Como Prevenir os Riscos de Ocorrência das Doenças Crónicas?
Através da alteração do estilo de vida pode-se, em pouco tempo, reduzir o risco de desenvolvimento de Doenças Crónicas:
- Alterando os hábitos alimentares: privilegiar frutas, vegetais, frutos secos e cereais integrais; substituir as gorduras animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de alimentos salgados e doces;
- Iniciando a prática de exercício físico diário;
- Mantendo um peso normal: Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9;
- Eliminando o consumo de tabaco.
De que forma a família é afectada pela doença crónica?
Naturalmente, nem todos são afectados da mesma forma, dependendo das características individuais de cada pessoa, da forma mais ou menos intensa de sentir e vivenciar os problemas, e do tipo de proximidade ao elemento da família que sofre a doença, bem como, o grau de gravidade e incapacitação da patologia. No entanto, se os membros da família entenderem que uma doença crónica afecta as pessoas em geral, provavelmente estarão melhor preparados para enfrentar os desafios específicos da sua situação. De igual forma, se pessoas fora do contexto familiar: colegas de trabalho e de escola, vizinhos, amigos, entre outros, entenderem o impacto causado pela doença crónica, poderão ser um apoio significativo e criar empatia. Neste sentido, passo a explicar de que forma a família pode ser afectada por uma doença crónica.
Quando a família enfrenta uma doença crónica, é como se ela estivesse pela primeira vez num país estrangeiro. Embora alguns aspectos sejam bem semelhantes à sua terra natal, outras são completamente diferentes. Quando um membro da família tem uma doença crónica, poderá não existir uma mudança drástica no estilo de vida familiar, em alguns casos, no entanto, noutros a situação poderá ser bem diferente.
Para começar, a própria doença pode ter um impacto sobre a rotina normal da família e forçar cada membro a fazer ajustes, a fim de lidar com a situação.
Mesmo o tratamento, que deveria servir de alívio da doença, pode interferir ainda mais na nova rotina da família.
À medida que o paciente se ajusta ao desconforto, e às vezes à dor, do tratamento médico e de ser examinado pelos profissionais de saúde, torna-se, cada vez mais dependente do apoio emocional da família. Em resultado disso, os membros da família não só têm de aprender novas capacidades para prestar cuidados físicos ao paciente, mas também se vêem obrigados a ajustar sua atitude, as emoções, o estilo de vida e a rotina.
É compreensível, que isso exija cada vez mais perseverança da parte da família. Uma mãe cuja filha estava no hospital em tratamentos, lutando contra um cancro, pode se sentir mais cansada que a própria filha, alvo desses tratamentos.
Quando a família se envolve demasiado com a própria doença sente de forma mais intensa o impacto que esta exerce, podendo haver uma probabilidade maior para desenvolver problemas psicológicos como a Depressão ou um Transtorno Obsessivo-Compulsivo, entre outros.
Como lidar com a Doença Crónica do seu Familiar?
Após o choque inicial que o aparecimento da doença crónica provoca no paciente e no seio da sua família, e depois de ter atingido a fase da aceitação, que na maioria dos casos é encarada como um enorme obstáculo, é tempo do paciente e da sua família aprender a lidar com a doença, proporcionando assim, uma maior qualidade de vida ao doente e reduzindo o sofrimento psicológico e emocional de ambos.
Para tal, é importante a Família:
- Prestar os cuidados necessários e básicos ao paciente, tendo sempre consciência, que não deve descurar a sua própria vida, ao centrar-se exclusivamente na vida do familiar;
- A família necessita de tempo para se adaptar à nova condição de vida do doente, deve então reorganizar-se, nos seus papéis e funções para que não haja uma desorganização mais intensa, prejudicando ainda mais o equilíbrio e estabilidade familiar;
- É importante que a família procure apoio e ajuda no esclarecimento de dúvidas, junto de profissionais da saúde que acompanham o paciente, mas também por amigos, vizinhos ou mesmo parentes mais distantes do paciente, deverá ainda procurar acompanhamento psicológico, caso sinta essa necessidade;
- Tentar não transmitir preocupação excessiva nem sentimentos como: pena, desgosto ou demasiada tristeza, pois poderão aumentar os níveis de tensão ou ansiedade e irão dificultar o processo de tratamento e a forma como o paciente vivencia a doença.
- É essencial a transmissão de pensamentos positivos e optimistas, apelando sempre à boa disposição. Tente distrair o paciente, através de actividades do interesse do próprio e compatíveis com o seu estado de saúde para que o doente se possa abstrair do seu problema, ainda que por momentos.
O lado positivo é que muitas famílias descobrem ou acabam por se habituar às novas rotinas, acabando por pensar que não é tão difícil lidar com o problema quanto parecia inicialmente. Esteja certo de que outras famílias sobreviveram à viagem pela terra desconhecida da doença crónica. Muitos descobriram que simplesmente saber que outros conseguiram lidar com o problema lhes dava um certo alívio e esperança.
Mais uma vez, os profissionais de saúde, são de extrema importância, no sentido, de apoiar, promover, orientar e dar suporte à adaptação do núcleo familiar, uma vez que, a Doença Crónica implica situações de crise, limitações e perdas que irão influenciar e marcar drasticamente a estrutura familiar.
Parabéns pelo artigo! Aqui está outro bem consistente
Um ponto que considerei de relevo e que quero também realçar acerca das doenças crónicas quando são adquiridas, é que podem ser controladas se a própria pessoa alterar o seu estilo de vida, e realizar acções que tragam benefícios para a sua saúde ao invés de só a prejudicar (ex: prática de exercício físico, alimentação adequada, não fumar nem beber). Estas poderão assim ser sentidas com uma enorme mudança!
Nunca se deve perder a esperança de uma recuperação!
Olá. Estou a realizar um trabalho sobre este tema e achei interessante algumas coisas aqui referidas. Quais as referencias bibliográficas utilizadas da redação deste artigo?