Viver com deficiência / incapacidade na sociedade actual
Este artigo vem demonstrar a flexibilidade e a abertura deste blog relativamente a temas que não estão directamente associados à psicologia, mas que no geral acabam por se complementar e se relacionar com esta área e com o público-alvo do nosso trabalho, enquanto profissionais da área social e da saúde.
Deste modo decidi convidar uma das seguidoras mais participativas do blog a prestar o seu contributo através da elaboração do artigo que passo a apresentar.
“As razões que me levaram à escolha deste tema foram, essencialmente, baseadas no facto de ser uma área que poderei vir a “abraçar” como futura Educadora Social. Esta é uma problemática cada vez mais evidente na nossa sociedade.”
Realizar a inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais exige que as empresas quebrem barreiras físicas, comportamentais e, muitas vezes, até paradigmas. A promoção da acessibilidade ao meio edificada, aos transportes e às tecnologias da informação e da comunicação, a par da mudança de atitudes da população em geral, é uma condição indispensável ao exercício dos direitos da cidadania e uma garantia à participação na vida social, económica, cultural e política.
As barreiras existentes devem ser entendidas como potenciais factores de exclusão social, que acentuam preconceitos e criam condições propícias a práticas discriminatórias, prejudicando as pessoas com deficiências ou incapacidades.
Relativamente aos tipos de deficiência existentes, é de salientar que a deficiência com % mais elevada é a visual, apresentado 163.515 num conjunto de população homens/mulheres e a mais baixa revela-se na paralisia, com 14.977.
Contudo, fazendo a mostragem por sexo, a deficiência motora revela-se superior nos homens apresentando 88.893, já em relação às mulheres a deficiência visual apresenta o valor mais elevado, 85.743.
Relativamente à distribuição das pessoas com deficiência por região, o Centro apresenta o valor mais elevado do país atribuindo-se 6.7%. Contrariamente à Região dos Açores que apresenta o valor mais reduzido, de 4.3%.
Por sexo, os homens comparativamente às mulheres apresentam valores mais elevados em todas as regiões. A região que apresenta a % mais elevada de população masculina com deficiência destina-se ao Centro (7.4%) e em relação à população feminina com deficiência atribui-se à Grande Lisboa e ao Alentejo (6.0%).
O Papel do Educador Social ao trabalhar com PPD (Pessoas Portadoras de Deficiência)
O trabalho social dos Educadores Sociais e de outros intervenientes na área social passa por acções sistemáticas, de suporte, intervenção e transformação social que favorece o bem-estar das pessoas, grupos e/ou comunidades, ao longo de toda a sua vida, circunstâncias e contextos.
Promove a sua autonomia, integração e participação social. O papel de um Educador Social, neste caso, passa então por:
- Reforçar a auto-estima e autonomia da pessoa;
- Promover a inclusão da pessoa na sociedade;
- Promover e valorizar a qualidade do desempenho da pessoa;
- Apoiar no domínio das suas competências;
- Dotar a pessoa de competências sociais, de forma a inserir-se na sociedade;
- Trabalhar em parceria com a família de forma a poder apoiar ao nível das dificuldades que possam surgir quando se vive com uma pessoa portadora de deficiência;
- Promover formações no sentido de consciencializar a sociedade para o respeito por todas as pessoas, especialmente as portadoras de deficiências;
- Diminuir ou colmatar as barreiras arquitectónicas existentes na sociedade (a fim de auxiliar as pessoas portadoras de deficiência visual).
O Papel do Psicólogo da Saúde no acompanhamento e intervenção com PPD (Pessoas Portadoras de Deficiência)
- Avaliação do tipo, grau ou gravidade da deficiência
- Investiga processos e procedimentos relativos ao diagnóstico precoce e à prevenção do agravamento das condições incapacitantes presentes desde o nascimento ou desenvolvidas na primeira infância, por meio do desenvolvimento de procedimentos de prevenção primária e secundária nos serviços públicos de saúde e educação.
- Estuda a relação saúde-doença integrando os processos psicobiológicos, considerando a vivência intra-psíquica dos indivíduos na sua interacção com seu contexto sócio-organizacional e cultural.
- Desenvolve estudos para identificação, descrição e superação de necessidades educativas especiais, propondo, implementando e avaliando programas educacionais.
Estas são as principais funções do psicólogo na área da saúde, no acompanhamento a pessoas portadoras de deficiência, dependendo da situação individual de cada pessoa.
O acompanhamento psicológico do portador de deficiência pode ser decisivo para o seu crescimento emocional e existencial, através do aumento de comportamentos adaptativos e da consciencialização dos seus limites, assim como do desenvolvimento dos meios para os superar e/ou aceitá-los.
Para o terapeuta ou psicólogo o trabalho com o deficiente, apesar das dificuldades emocionais e técnicas, constitui um desafio à sua criatividade e habilidade profissional.
É importante salientar que o trabalho complementar realizado e desenvolvido por uma equipa de técnicos multidisciplinares inseridos nas suas diversas áreas (saúde, educação, social…), é de extrema importância para o sucesso e eficácia do acompanhamento ao nível dos portadores de deficiência.
Sobre a autora deste artigo:
“Chamo-me Ana Teresa e estudo no 2ºano do Curso de Educação Social no Instituto Politécnico de Viseu na Escola Superior de Educação. A Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV) foi a primeira unidade orgânica de um Instituto Politécnico a entrar em funcionamento em Portugal.”
Gostei , acho que está um trabalho muito bom.
Não só nos mostra a importância que tem que ser dada às pessoas portadoras de deficiência como também salienta o papel do assistente social que intervém.
Como futuras assistentes sociais temos que valorizar todos os pormenores na vida de cada individuo e da sociedade em que se encontra.
Parabéns.
Obrigada Sol 😀
Este tema é sem dúvida nenhuma deveras importante!
Todos nós devemos saber respeitar e olhar o outro de forma igual 😉 porque todos temos capacidades
Neste meu caso enquanto futura Educadora Social, o papel é o de acompanhar processos de socialização e inserção das Pessoas Portadoras de Deficiência reforçando as competências pessoais, sociais e profissionais de cada uma. Isto tudo para lhes oferecer uma melhor auto-estima e bem-estar.
Obrigada pelos comentários.
Este será seguramente o 1º de muitos artigos que vão focar temas complementares à área da psicologia demonstrando a importância do trabalho e da intervenção multidisciplinar.
Isso mesmo psicóloga Célia Félix!
Obrigada novamente por esta oportunidade