A Dependência do Tabaco

Julho 8, 2011 1 Comment »


Análise referente à dependência do Tabaco do ponto de vista físico e psicológico.

A Dependência do Tabaco

Partindo do tema anterior da Motivação, vou explorar de forma sucinta a área das dependências, especificando o Tabaco e os seus efeitos no que diz respeito à dependência física e psicológica que este provoca. Com este artigo pretendo não só alertar para os efeitos nocivos do consumo de tabaco, como também explorar os possíveis factores explicativos referentes ao inicio e manutenção dos hábitos de consumo do tabaco.

Efeitos negativos do tabaco:

Quando pensamos nos efeitos negativos que o consumo do tabaco provoca no nosso organismo, rapidamente o associamos ao cancro do pulmão. No entanto, vários estudos indicam que o tabaco está também relacionado com uma multiplicidade de outros cancros, incluindo o da garganta, estômago e intestinos. Além destes indicadores, o aumento na esperança média de vida ao longo dos últimos 150 anos apresenta-se consideravelmente inferior para os fumadores em relação aos não fumadores.

Embora a maior parte da população esteja consciente dos riscos para a saúde que lhe estão associados, um estudo demonstra que cerca de 30% da população adulta inicia ou mantém consumos de tabaco.

As primeiras campanhas de promoção de saúde centraram-se essencialmente nos efeitos do fumo nos adultos, contudo, tem surgido recentemente um interesse crescente pelos hábitos de consumo de tabaco das crianças. A maioria das crianças ou adolescentes experimenta a chamada “passa” de cigarro muito precocemente. Como tal é difícil distinguir entre a verdadeira iniciação e a manutenção desse comportamento e por isso, estas fases são consideradas em conjunto.

Os hábitos de consumo de tabaco nas crianças:

Vários estudos indicam que as pessoas que iniciam os seus hábitos de consumo de tabaco na infância têm uma maior probabilidade de desenvolverem cancro do pulmão, quando comparadas com outras que iniciam o consumo mais tardiamente. Isto é particularmente significativo, tendo em consideração, que a maioria dos adultos fumadores iniciaram esse hábito na infância e muito poucos começaram a fumar após os 19 ou 20 anos.

Reflexões assustadoras indicam que de facto, actualmente muitas crianças, experimentam o seu 1º cigarro quando ainda se encontram a frequentar o ensino básico.

É importante basearmo-nos na definição geral do conceito de Dependência, para que possamos entender melhor os efeitos físicos e psicológicos desencadeados pelo tabaco.

Definição de Dependências:

A dependência é uma utilização inadequada de uma droga por quem a consome. Existe a Dependência Física, que corresponde a uma adaptação inadequada do organismo à droga consumida regularmente. Quando esta falta, o organismo ressente-se de uma forma que provoca um grande sofrimento no consumidor. Nem todas as drogas provocam este tipo de dependência. Existe outra forma de dependência que pode ser provocada por todas as drogas psicoactivas e que é muito mais grave: a Dependência Psicológica associa-se geralmente a uma ilusão de poder e de controlo dos problemas e a uma negação da dependência. O Tabaco provoca dependência, logo é considerado uma droga com efeitos físicos e psicológicos.

Quando falamos de dependência não podemos esquecer a co-dependência, ou seja, a dependência que algumas pessoas desenvolvem relativamente a um toxicodependente. Esta reacção é compreensível em pessoas que se preocupam com os outros, em especial quando gostam muito deles, mas acaba por prejudicar a evolução do problema do mesmo. Além disso, os co-dependentes tornam-se também pessoas com problemas que precisam de ajuda para recuperar.

A multiplicidade de termos utilizados para caracterizar comportamentos de consumos de TABACO, por exemplo, poderá ser explorada pelos seguintes conceitos:

Um Viciado – É alguém que não tem controlo sobre o seu comportamento ou por outras palavras mais técnicas: que usa mecanismos não adaptativos de coping, ou seja, apresenta um comportamento dependente.

Um Vício – É a necessidade de consumir uma “droga”, isto é o uso de uma substância que é física e psicologicamente viciante.

Dependência – Manifesta sintomas psicológicos e fisiológicos de privação, ou seja, quando o organismo se depara com a falta da “droga” desencadeia sinais e sintomas de abstinência ou vulgarmente denominada por “ressaca”.

Droga – Associada a uma substância viciante Ex: tabaco, álcool que causa dependência, pode mesmo ser relacionada a qualquer substancia médica.

O que leva alguém a começar a fumar?

Alguns acreditam que o acto de fumar, possa trazer prazer, o que poderá manter o consumo por um longo período e tempo. Este pode ser encarado como um factor indicador da dependência, outros afirmam que não existe nenhuma explicação para o desenvolvimento do vício. Contudo há um composto que causa dependência e que realmente vicia. Essa substância é denominada por nicotina. A aprendizagem social poderá ser a principal resposta para esta questão, pois o simples facto de conviver diariamente, sobretudo na adolescência com um grupo de amigos que fuma poderá desencadear esse comportamento nos outros que o observam, ou despertar a vontade de experimentar. Conclui-se que um jovem, que não fuma, ao sair com amigos fumadores para bares ou discotecas poderá experimentar um cigarro pela primeira vez.

O que é a nicotina?

É uma substância que constitui o principio activo do tabaco e que provoca efeitos no sistema nervoso central, causando uma sensação de adrenalina e é provavelmente responsável pela dependência. O seu efeito, quando consumido como tabaco, manifesta-se de duas maneiras distintas: tem um efeito estimulante e, após alguns consumos mais regulares, tem um efeito tranquilizante, bloqueando o stress.  O Seu uso causa dependência psíquica e física, provocando sensações desconfortáveis na abstinência.

Este parágrafo demonstra como a nicotina ataca o sistema nervoso causando a dependência

Factores Psicológicos que indicam o inicio e manutenção dos hábitos do consumo de tabaco:

Numa tentativa de compreender a iniciação e manutenção dos hábitos de consumo de tabaco, a investigação procurou perceber os processos psicológicos e sociais que podem promover esses comportamentos. Neste sentido, têm sido analisadas essencialmente as cognições dos indivíduos que iniciam o consumo do tabaco, ou seja, os pensamentos que influenciam directamente os seus comportamentos. Isto significa que a maioria dos fumadores associa o consumo de tabaco a situações de: diversão, prazer, fumar como forma de tranquilizar em momentos de maior tensão ou stress. Existem ainda aqueles que consideram o tabaco como algo sociável e promotor de auto-confiança.

No próximo artigo serão exploradas as fases da cessação tabágica ou do consumo do tabaco, que poderão ser úteis e ajudar todos aqueles que se encontram motivados para a mudança de comportamento e pretendem deixar de fumar.


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