Tratamento da Agorafobia

Junho 5, 2012 1 Comment »
Tratamento da Agorafobia


Existem algumas estratégias de coping que ajudam a ultrapassar as crises de pânico, e que têm o seu enfoque no tratamento da Agorafobia.
Inicialmente e após o reconhecimento do seu problema por parte do paciente, pode-se intervir, no pânico, ensinando-o a auto regular a ansiedade e, posteriormente a agorafobia, ajudando-o a confrontar-se, progressiva e confortavelmente, com as situações que tem evitado.
No entanto, antes de abordar a intervenção, é essencial explicar de forma simples o processo do diagnóstico.

O Diagnóstico da Agorafobia:

Após terem sido explorados os sintomas e características da Agorafobia, no artigo anterior, passamos à fase do diagnóstico e tratamento da patologia.
É de salientar, que neste processo terapêutico é essencial que o doente saiba reconhecer e identificar os sinais da perturbação de pânico e da agorafobia. Para além disto, é importante perceber a frequência dos sintomas, o contexto em que estes são desencadeados e qual o seu impacto nas rotinas do quotidiano.
O diagnóstico é feito por psicólogos ou psiquiatras, que recorrem a perguntas definidas para identificar a alteração, no modo como esta se insere na vida do indivíduo e sua gravidade. Uma das primeiras questões é direcionada para os efeitos negativos provocados pela doença em certos momentos da vida do paciente.

A Intervenção Psicoterapêutica:

Pode ser feita num contexto individual com o cliente e o seu psicoterapeuta, ou em contexto de grupo (de 6 a 12 participantes). Qualquer das situações é eficaz e tem vantagens específicas: o contexto individual é mais personalizado, e consiste num trabalho de outras situações adicionais à perturbação do pânico e/ou agorafobia.
O contexto de grupo resulta numa aprendizagem mais rápida de algumas das técnicas. A primeira sessão, de avaliação, é sempre individual e pode ser utilizada para discutir qual poderá ser o melhor enquadramento para a pessoa, para que esta possa decidir em relação ao método a utilizar durante o acompanhamento.

A duração do tratamento e o seu método variam de acordo, com o transtorno especifico e a intensidade da patologia. Nos casos menos graves e em fases iniciais, indicam-se apenas medicamentos ou sessões de terapia cognitivo-comportamental (TCC), método cujo objetivo consiste na alteração dos padrões de pensamentos e comportamentos associados. Isto significa que uma pessoa que apresente um receio constante em perder o emprego, por exemplo, pode ser trabalhada, no sentido, de evitar esses pensamentos ou substituí-los por outros, otimistas e mais ajustados à realidade. Nas situações mais graves ou em fases mais avançadas, é recomendada a combinação de fármacos com a TCC. Saliente-se que este trabalho complementar de terapia com medicação é mais eficaz que apenas a aplicação isolada de um dos métodos.

Os recursos criados recentemente são utilizados para os casos mais severos e que não respondem ao tratamento padrão. Um dos mais promissores é a aplicação da Realidade Virtual. A terapia consiste em expor o paciente – de modo virtual – às situações que desencadeiam crises para que, de forma gradual, este aprenda formas de evitar os pensamentos ansiosos.

Outros Tratamentos:

Verifica-se uma diversidade de métodos alternativos, adequados à fase em que se encontra a agorafobia, vejamos alguns:

– Semelhante à realidade virtual, a Terapia de Modificação Cognitiva com auxílio de meios informáticos é apresentada como alternativa de tratamento. Existem estudos desenvolvidos em indivíduos com fobia de falar em público, que demonstram melhorias significativas, após terem sido submetidos aos exercícios duas vezes por semana,durante um mês. Estes consistem em instruir o paciente a evitar expressões faciais hostis e agressivas, e a interpretar as reações de interlocutores de forma otimista.

– Começa também a ser testada a eficácia da Estimulação Magnética Transcraniana.
A técnica submete o paciente a aplicações de ondas eletromagnéticas.
O objetivo é regularizar a atividade elétrica nas regiões cerebrais associadas à doença . No entanto, neste momento, não esistem resutados conclusivos, que possam afirmar com evidência a eficácia do método.

– Ganhando espaço na prática clínica está o Neurofeedback, método que se propõe a imprimir no cérebro um novo padrão de funcionamento, igual ao de uma pessoa sem a doença. Consiste em eletrodos colocados sobre o couro cabeludo que fazem a leitura da informação neurológica que está a ser produzida e registada por eletroencefalografia. Assim, na presença de sintomas relacionados com a ansiedade, os dados revelam padrões eletroencefalográficos anormais e específicos, que possibilitam o reconhecimento da doença ou de outras disfunções neurológicas.

– A Dessensibilização Sistemática é uma técnica que combina o treino de relaxamento com a exposição gradual a estímulos fóbicos. O tratamento, neste caso, envolve duas fases: o treino de relaxamento que permite ao paciente desativar-se do ponto de vista fisiológico. Quando este já domina a técnica de relaxamento, passa-se à fase seguinte e, para que tal seja possível, é necessário construir uma hierarquia de situações causadoras de medo, atribuindo-lhe um determinado valor. Por outro lado, o treino de dessensibilização consiste em colocar, de forma gradual, o paciente numa situação que lhe provoque medo e ansiedade, para que este deixe de ativar sintomas fisiológicos. Esta técnica pode ser realizada ao vivo ou acedendo à imaginação.

O que se pretende com a generalidade dos trtamentos da agorafobia, e duma forma mais prática é que os doentes possam gradualmente enfrentar os contextos, que estão na origem desta patologia, de forma gradual e consciente. É necesario de igual forma, conscencializa-los para o lado negativo do evitamento, uma vez que, ao estarem a evitar as situações de crise, estão alimentar o próprio problema, contribuindo para a sua manutenção.
No final dos tratamentos é possivel verificar evoluções no compotamento agorafóbico com a diminuição dos sintomas associados aos ataques de pânico, existindo a presença de estratégias de coping que permitam o auto-controlo dos sintomas psicológicos- ideias negativas associadas ao reaparecimento do ataque de pânico-e fisiológicos da agorafobia, com vista ao seu total desaparecimento.


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  1. Henrique 14 de Maio de 2013 at 14:24 - Reply

    Olá pessoal
    Tive essa doenca chata por seis ou sete anos, fiz varios exames achando q tinha problemas cardiacos, passei por varios psicologos e psiquiatras q sempre passavam medicamentos que nao funcionavam, até q descobri o medicamento q me curou. Excelente em dez dias ja me sentia bem melhor em lugares q antes era impossivel frequentar (principalmente filas de bancos e dentista), mas agora depois de algum tempo de tratamento me sinto totalmente curado.
    Quem quiser entrar em contato henrique_mgri@yahoo.com.br
    Às vezes a cura é tao simples e a gente fica anos nao se permitindo viver.
    Abracos
    Henrique

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