Fim da carreira profissional e agora? – O impacto social e psicológico da entrada na aposentadoria

Novembro 8, 2012 1 Comment »
Fim da carreira profissional e agora? – O impacto social e psicológico da entrada na aposentadoria


A entrada na reforma, com o aproximar do fim da carreira profissional, torna-se cada vez mais um desafio a enfrentar não só pela própria pessoa, mas também pela família e profissionais na área social e psicológica.
A adaptação à reforma não é tão simples como parece, sobretudo para quem dedicou uma vida inteira ao trabalho, com rotinas instaladas e enraizadas no quotidiano da pessoa.
Neste sentido, todo o contexto familiar e social é afetado e implicado nesta mudança.

As características positivas e negativas da aposentadoria:

Em Portugal, duma forma geral, as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, aproximam-se da aposentadoria e defrontam-se com questões antagónicas, por um lado ao deixarem as funções ou o cargo que assumiam, dispõem de mais tempo livre e têm menos responsabilidades.
Mas por outro lado sofrem a perda de oportunidades sociolaborais, limitam os seus contactos sociais e apresentam menos poder social.
A reforma pode ser um período de mudanças mais ou menos profundas na vida de uma pessoa. Sendo que, a maior das mudanças está na alteração do ritmo de vida. A pessoa ativa tem o seu tempo ocupado e organizado, enquanto que o aposentado não necessita de organizar o seu tempo, uma vez, que possui todas as horas do dia para realizar o que pretende.
Tendo em consideração, que grande parte da população aposenta-se de trabalhos que tiveram durante toda a vida, esta etapa apresenta-se como a mais difícil de todas.

O processo de envelhecimento:

Com o processo de envelhecimento, a pessoa idosa pode se caracterizar como produtiva caso se envolva em atividades de realização com um impacto positivo nas suas próprias vidas e nas dos outros (ex.: a participação cívica, visto que, integra-se no ato eleitoral, posição ativa ou num envolvimento em campanhas políticas).

Papeis importantes para o aposentado:

-Família:  surge a transição para o papel prestador de cuidados e o papel da custódia dos netos. Destaca-se a função económica das pessoas em termos de transferência de tempo e de dinheiro. A prestação de cuidados aos netos, sobretudo em idade pré-escolar, é cada vez mais um papel ativo destes.

-Papéis ocupacionais: entrada ou reentrada no mercado de trabalho, a procura ou aceitação de promoção no trabalho e ocupação doméstica. Surgem também os papéis na rede comunitária, as tarefas de voluntariado e os papéis religiosos.

-Redes comunitárias: atualmente verifica-se que as pessoas idosas aposentadas são mais novas, mais saudáveis, possuindo um nível mais elevado de formação, tornando-as mais competentes a integrarem programas de voluntariado sénior. O envolvimento destas numa instituição de voluntariado possibilita-lhes obter novos papéis de vida, tendo um impacto positivo na saúde e no bem-estar.

As funções do Educador Social:

Em altura de reforma social, para atuar nos problemas desta população, há que enfatizar o papel do Educador Social enquanto agente de mudança. O Educador Social ao trabalhar com indivíduos que estejam aposentados, deve questionar o que essas pessoas desejam/pretendem e não impor regras, antes de mais, deve assim interessar-se sobre o que cada um pensa e quer para a sua vida e não deixar que estas pessoas se tornem num grupo excluído pela sociedade ativa.
Através da análise das competências do Educador Social conclui-se que este profissional, pelo conhecimento que possui relativamente a todos os estádios evolutivos da população, está preparado para trabalhar com indivíduos em situação de passagem à  fase da reforma com o objetivo de os auxiliar e acompanhar nesta nova etapa do seu desenvolvimento.

As funções do Psicólogo:

O Psicólogo apresenta várias funções, dependendo da fase em que o aposentado se encontra. Esta situação não poderá ser trabalhada duma forma global , mas sim individualizada, tendo sempre em consideração as características da personalidade e o percurso de vida do utente.
O psicólogo poderá preparar a pessoa para a aposentadoria, apresentando-lhe os aspetos positivos da mesma, fornecendo alternativas como resposta à questão ocupacional.
Numa fase mais avançada da aposentação, e quando o mesmo não se adapta à mudança é possível o recurso à psicoterapia individual ou de grupo com outras pessoas que se encontram em circunstâncias idênticas. A família poderá ser envolvida, no sentido de haver uma reorganização familiar.

É de salientar a extrema importância da vida ativa da pessoa aposentada, que deve interagir e socializar, com outras pessoas em igual ou diferentes circunstâncias de vida, de forma a sentir-se bem e com qualidade de vida.

Artigo elaborado com a colaboração de Teresa Meneses


Comentários

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One Comment

  1. Teresa Meneses 9 de Novembro de 2012 at 23:43 - Reply

    Modéstia à parte, temos aqui um bom artigo!

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