Dicas para Modelos – Preparação Psicológica

Nem só de boa forma física vive uma modelo de sucesso. Além de cuidar do corpo, da alimentação e da saúde é fundamental se preocupar com o lado emocional. A pressão do mercado de trabalho é muito forte e desgastante ainda mais em função da pouca idade dos modelos.

Ao iniciar a carreira é recomendável procurar um profissional da área (psicólogo) para um acompanhamento do estado emocional. Uma boa parte das agências de modelos oferecem algum tipo de apoio psicológico – bons ou ruins. De qualquer forma é recomendável consultar um profissional fora das agências, mesmo que para uma única consulta e análise….

O moda em fotos fez uma pesquisa com diferentes profissionais da área da psicologia e com modelos em diferentes estágios da profissão (iniciantes e não iniciantes) e preparou uma série exclusiva sobre os principais problemas enfrentados pela profissão. Dois dos principais problemas relacionados você confere nessa primeira parte da série.

Ser modelo não é sinônimo de beleza

Os psicólogos consultados foram unânimes. A grande maioria das pessoas ao entrarem para o mundo da moda recebem uma “carga extra” de auto-estima. O que não pode ser considerado um bom sinal. “Ao ser aprovada em uma agência de modelos a menina associa essa conquista à beleza, portanto ela passa a entender que os outros a julgam linda. É muito comum meninas nessa faixa etária (13 – 15 anos) relatarem a mudança do comportamento das amigas que se tornaram modelos. Queixas de que a ‘Maria’ virou ‘metida’ por estar em uma agência de modelos é extremamente comum”.

O fato é que esse comportamento, além de prejudicar o convivio social da menina, pode desencadear uma séria depressão por dois motivos – afastamento das amizades (muitas vezes elas nem se dão conta disso) e, mais para frente uma elevada baixa estima ao se deparar com questinamentos quanto a sua beleza que o mercado certamente irá impor. “No inicio ela se sente linda e maravilhosa, afinal entrou para uma agência de modelos. Com o início dos trabalhos ela será julgada e cobrada o tempo todo. Em alguns testes (os chamados castings) ela poderá encontrar algum produtor mais cruel que jogará sua moral la em baixo. E é aí que entra um processo muito complicado, onde a menina questionará a respeito da sua própria beleza – sou modelo (portanto sou bonita) e como alguém ousa dizer ao contrário? que sou feia? que minha pele não é boa? que estou fora do peso? Esse processo, se não bem conduzido poderá gerar sérios problemas para essa menina”.

Responsabilidade

Outro problema descrito como “preocupante” pelos profissionais consultados pelo moda em fotos é o fator “responsabilidade”. A profissão de modelo é acompanhada de uma carga de responsabilidade muito alta, agravada pelo fato da menina ainda ser muito nova.

“Os pais devem acompanhar a carreira da filha o tempo todo. Não basta apenas apoiar, tem que ficar de olho. As meninas quando entram para esse mercado passam a lidar com assuntos que elas jamais se preocupariam nessa idade: Horários, dinheiro, cuidados com o corpo, com a pele, compromissos profissionais, reuniões entre outros assuntos que é dificil uma menina de 14 anos gerir. A mídia mostra as grandes modelos e o publico acredita que se tornaram ‘tops’ pela beleza. Mas não é bem assim! Essas meninas (que hoje se tornaram top models ) sofreram o peso da responsabilidade desde cedo e, felizmente, conseguiram lidar com ela. Mas para cada top que aparece, quantas não desistem no meio do caminho? e dessas que desistem, quantas não sofrem por conta do alto nivel de responsabilidade exigido? É preciso muita cautela. Se fosse tão fácil assim, toda modelo seria ‘top’! “